NYX -A Magia da Noite

William-Adolphe_Bouguereau_(1825-1905)_-_La_Nuit_(1883)

Boris de Pedra, autor de”Poção Mágica” lança novo blog literário:http://www.nyx-amagiadanoite.blogspot.com.br onde publica sua novela gótica, originalmente postada em seu BLOG Tecnocibernético.

O autor, literalmente, brinca ,em NYX -A Magia da Noite, com símbolos do ocultismo, fazendo uso do repertório, de personagens clássicos,das histórias de terror, como vampiros,lobisomens,e fantasmas; desenvolvendo uma trama literária, mágica, cheia de encantos e reviravoltas. NYX – A Magia da Noite, revela suas primeiras linhas escritas sobre a temática do sobrenatural

Ficção – “Nyx – A Magia da Noite” Parte III – “A Queda dos Anjos” (Capítulo XXIII – “A ESPADA MÍSTICA”)

“A Espada Mística”

Boris de Pedra

Simão era um comerciante de metais preciosos. Era mais um peregrino
nas rotas do comércio da antiguidade. Com o uso da magia negra
inventava pedras preciosas que eram vendidas a preço de ouro. A fama
de sua riqueza prosperou por todos os cantos do oriente. Sempre que
chegava  a um novo povoado  já tinha conhecimento de sua pessoa.

Foi ainda na época em que a China era dividida em vários reinos que
viviam em conflito que o Mago Simão foi chamado por um governante para
que lhe auxiliasse em seu desejo de se tornar o imperador . Tratava
–se de um homem de grande ambição. Mas o fato de desejar ser o
imperador da China fascinava o astuto e orgulhoso Mago que lhe
ofereceu seus serviços.

Logo, tornou-se uma autoridade influente no reino.Então, um dia teve
uma visão que em um futuro distante o império chinês governaria o
mundo com sua riqueza com a proteção de um dragão vermelho.

O governante desejou então estar vivo quando essa profecia se
realizasse. Queria ser o imperador da China, o homem mais poderoso do
mundo. Embriagado pela soberba solicitou um encanto que o
transformasse em imortal. Assim, esmagaria todos os seus inimigos que
surgissem, ao longo dos tempos.

Enquanto delirava, o Mago Simão passou a exercer uma enorme influência
sobre as finanças do reino. Até que um dia anunciou ter encontrado uma
poção que traria a imortalidade para sua majestade. Ele também sabia
bajular os poderosos. O governante que era um homem cheio de ambição
se julgava o escolhido do imperador de jade, uma entidade adorado
pelos chineses.

O mago lhe ofereceu o cálice onde estaria a poção, o seu elixir da
longa vida, que foi bebido de um gole só. No entanto, tratava-se de
licor de arsênico que o Mago preparara. Antes que a noite ocultasse o
céu com o véu da escuridão o velhaco alquimista desapareceu do reino.
No dia seguinte quando os primeiros raios do sol surgiram no horizonte
sua majestade senhor da ambição jazia envenenado em seu leito.

Conta a lenda que o Mago Simão foi para o Egito. Mas não existem provas
que atestem esta afirmação. Também dizem que assustou muitos judeus
com sua nefasta magia por aqueles lados do oriente.

Em uma passagem
biblíca há o relato de um confronto seu com Pedro, o apóstolo em Roma.
Apesar de sua magia negra foi vencido. Então, após séculos lambendo
suas feridas, retorna das profundezas do seu ego orgulhoso como o
líder de uma sociedade secreta.

Era uma seita que praticava o vampirismo o e teria sua origem na cultura
egípcia. Assumiu o nome de Simão Vladislaus. Inclusive, ao logo dos
séculos,  passou a exercer seu poder entre os homens e até adquiriu o
título de arquiduque da casa dos Habsburgos.

Nesta época já estava em
plena ação seu plano maligno que havia arquitetado para oprimir a
humanidade. Logo, aprendeu a manipular a opinião pública com o
surgimento da imprensa e nos dias atuais expandiu em mil vezes a sua
ambição pelos meios de comunicação.


São Cipriano, que outrora fora um mago negro e se converteu, empunhava
uma espada com o fogo místico de um azul flamejante em uma das mãos
enquanto na outra trazia uma cruz de São Bartolomeu. A sua lâmina
afiada afugentava os maus espíritos que se preparavam para o ataque
final e almejavam  o domínio do mundo pelas forças das trevas.

Moloc, em sua forma de anjo perverso, aceitou o desafio de lutar pelas
forças do mal. Assim, os oponentes passaram a  executar uma sinistra
coreografia em um  embate.fatal.

O adversário maligno de São Cipriano
sentiu o peso da espada sagrada. Os ataques de Moloc não pareciam
surtir efeito. O santo que fora um mago outrora e profundo conhecedor
do ocultismo estava protegido pelo fogo sagrado que emanava de sua
espada.

Então, surgido das sombras como a escuridão, o Mago Simão surgiu e
feriu Frederico Flamel que estava no centro de um círculo imaginário
como se fosse o prêmio disputado pelos combatentes que lutavam em um
confronto de proporções colossais. O filho do alquismista Nicolas
Flamel  foi atingido por um punhal e sentiu o golpe e desfaleceu.

Blanche, a sacerdotisa que era sua mãe, havia se transformado em vento
e já havia afugentado as lâmias que instantes antes quase o atacaram.
Desta vez , em sua nova forma tentou defender mais uma vez seu filho
ferido covardemente pelo punhal do Mago Simão.

Então , uma tempestade
se formou nos céus. Raios e trovões clarearam as trevas da noite. Os
fluídos vitais de Ferdinando estavam escapando e isto poderia ser
percebido em um sorriso ou algo semelhante na expressão do rosto do
nefasto Simão enquanto Frederico  caiu no chão  sujo de sangue.

O livro se materializou em suas mãos. O Mago negro vislumbrou o
livro com um brilho nos olhos . Sob o seu comando surgiram nefilins,
seres alados e filhos dos anjos rebeldes com as filhas dos homens.
Assim, Moloc pode se afastar do combate com São Cipriano que com as
duas mãos sobre sua espada passou a enfrentar, uma a um,  os nefilins.

Moloc passou a auxiliar o maligno mago que em posse do livro levitava
rumo ao céu. Apesar da sua magia negra não tinha o poder de voar.
Inclusive, em outra ocasião, já havia quebrado o pé quando utilizou
deste artifício quando enfrentou Pedro no episódio citado na Biblía.

Desmascarado pelo apóstolo caiu, literalmente, em desgraça. Jurou
vingança que estava agora se consumando. A arrogância e a soberba e o
auxílio do cruel Moloc resguardavam seu novo voo agora para invocar
Eris, a deusa do caos e recepcionar a chegada de Sírius, a estrela
sombria.

O triunfo do mal poderia ser ratificado naquele instante soturno
quando surge o arcanjo diante de Moloc e furioso lhe questiona:

_ Usurpastes o meu nome para praticar o mal?

Do alto de sua arrogância e , literalmente, cantando vitória não deu
atenção e tentou seguir sendo indiferente . Mas o arcanjo com sua
espada flamejante de raios lhe cortou . O anjo perverso acreditava que
nada poderia atingí-lo, por isso não se importou com a presença de
outro ser alado que era o líder do exército celestial.

Então, ambos caíram. Durante a queda, o Mago Simão tentou invocar os
poderes que haviam no livro e assim se safar daquele possível e
trágico fim . Mas o Necrominicon começou a pegar fogo, então o mago
soltou o artefato que em combustão desapareceu.

Ficção – “Nyx – A Magia da Noite” Parte III – “A Queda dos Anjos” (Capítulo XXII – “O Inferno de Dante – A Batalha Sobrenatural”)

Blanche ainda conversava com um entristecido Udolfo. Ele não largava
de sua guitarra e seus dedos escorriam pelo braço do instrumento que
chorava junto consigo. Ele se entregava à um solo como um Paganini
possuído. O som distorcido e macabro se confundia com sua dor.

Assim, a conversa era entrecortada por estas intervenções sonoras e
melódicas que serviam de pano de fundo para ambas as tragédias destes
obscuros personagens naquela noite de lua cheia.

Mas apesar da casa
cheia, poucos ou quase ninguém parecia se importunar com aquele
diálogo que provocou fortes emoções entre os dois. Foi quando Blanche
sentiu o chão tremer.

A imagem perdeu o foco. Foi vítima de um súbito mal estar. Algo
inexplicável. No balcão alguém comentou que sentiu uma vibração pesada
e pediu que chamassem um táxi. Então, os poetas e as musa se foram.

Blanche passou a ter alucinações. Tudo derretia diante seus olhos. A
imagem que tinha das coisas ao seu redor pareciam mais uma paisagem de
um quadro surrealista de Salvador Dalí.

Aquilo era um imenso
transtorno. O senso de realidade ou aquilo que lhe garantia uma a
perspectiva que gravitava uma esfera de normalidade se desfez.

O chão se abriu e ela se desconectou daquele mundo que até então
servia de alicerce para que tudo fizesse sentido. No meio daquela
confusão em meio àquele processo de transformação que transcedia o
lugar comum pode perceber que um novo cenário surgiu. Era um campo de
batalha. Tochas acesas.

Um círculo e dentro dele pode notar que estava Frederico Flamel, o filho que
ela nunca pode embalar em seus braços. Aquilo causava uma certa
angústia que corroia sua alma. De repente, em um piscar de olhos, ela
volta a estar no Limbo. Como se nada tivesse acontecido.

Blanche é atacada por vertigens. Sua cabeça gira. Ela não sente mais o
seu corpo. Perde a noção do que está acontecendo. Tem a sensação que
sua cabeça gira em volta de seu corpo.

Como se não fosse parte de um
ser. Algo estranho estava acontecendo. Tontura foi o que sentiu quando
como em um passe de mágica se transformou em fumaça.

Logo, ela se encontrou caída pelos cantos da casa noturna. Começou a
vomitar. Era sangue que saía de sua boca. Depois parece que foram suas
tripas que foram expelidas juntamente com órgãos que estavam dentro do
seu corpo.

O nome escolhido pelo suposto investigador foi Dante Virgílio. Uma
clara alusão ao autor de A Divina Comédia. Dante visitou o inferno em
companhia do poeta Virgílio. O homem não aparentava medo. Parecia se
sentir seguro tendo em seu poder uma cruz de São Bartolomeu que
afastava o mal. Este homem havia descido do céu sob orientação do
arcanjo. Era um santo e seu nome era São Cipriano.

Apresentar-se como Beatriz  foi uma forma lúdica que Devandra
encontrou para se comunicar com o santo que veio do céu e que , por
sua vez, se disfarçou na pele de Dante Virgílio.

Apesar de suas vestes
de mortal, escondia se por trás desta indumentária uma armadura
espiritual que lhe garantia sua segurança diante do mal. Além disso,
estava protegido pela cruz de São Bartolomeu e encorajado pela fé,
representada por sua reza brava, para assim enfrentar sem medo as
forças sinistras das trevas, da desarmonia e do caos.

Os olhos de Blanche estavam fechados naquela escuridão que seu íntimo
experimentava. Ao abrir os olhos percebe que Ferdinando está de novo
em seu campo de visão. Ela tenta sorrir, mas não consegue. Não
consegue expressar nenhuma emoção.

Uma brisa suave refrescante revigora seu semblante. Esta é a impressão
que tem. Então, percebe a movimentação das lâmias. Ela antevê uma cena
em que Lascívia e Vênus trucidam Melquíades, o serial killer que
buscava diversão e alívio no Limbo. Elas estão ensangüentadas. Apesar
disso, o apelo erótico é inevitável.

Blanche não tem como gritar e
avisar Ferdinando sobre o perigo que parece querer envolvê-lo em um
abraço fatal. Blanche fica transtornada com isso e pelo fato de não
conseguir fazer nada que impeça o ataque das famigeradas lâmias.

Enfurecida pela raiva por não ter como agir naquela situação, ainda
consegue buscar dentro de si uma fora de combater o mal. Ela consegue
canalizar toda sua angústia, fúria e dor em um sentimento só e se
transforma em um vendaval e assim sopra as malditas lâmias para as
profundezas do tártaro.

Ficção – “NYX – A Magia da Noite” Parte III “A Queda dos Anjos” ( Capítulo XXI – “Pacto Feito de Sangue”)

“Pacto Feito de Sangue”

 

 

O investigador Dante Virgílio que, supostamente, teria sido contratado pelo Padre Doveque para encontrar Bernardo Belisário,  não era um detetive particular que procurava saber porque o investidor, que deveria contribuir para ajudar as obras de caridade do padre, havia sumido do mapa.

 

Qual seria sua verdadeira intenção?

Isto era mais um mistério que se ocultava dentro da noite.

Devandra representava agora, após uma forte crise de depressão, a Madalena arrependida. Ela se envergonhou do seu comportamento. Fingia viver uma vida que sabia não ser a realidade. Abriu as portas para a ilusão. Queria acreditar em fadas e duendes.

 

Enquanto isso, a festa estava linda. Muitos convidados. Com o tempo percebeu a futilidade que servia para tentar aliviar sua mente atormentada. Ela estava, literalmente,engasgada com a angústia. Ela precisava expor de alguma maneira essa sua agonia e buscar de alguma forma, uma espécie de redenção.

 

Então, procurou pelo Padre Doveque. Mas a culpa que sentia era tão dolorosa que teve que se passar por outra pessoa. Assim, se fez passar por uma repórter que atendia pelo nome de Beatriz Boulevard. A sua intenção era buscar ajuda para sua causa, aparentemente, perdida. A culpa pelo suicídio de seu filho a enclausurava em um calabouço, nas masmorras de sua consciência.

 

Taças de champanhe e caviar não mais entorpeciam seus sentidos. Não havia analgésico que aplacasse aquela dor. Ela não poderia mais ocultar a maldade que seus olhos testemunharam. O remorso ainda era maior porque sabia da essência do seu erro que agora a castigava com a crueldade dos insanos.

 

O que estava acontecendo?

 

O que houve foi uma religação entre uma mulher que buscava se reerguer por intermédio de um homem santo, ou que pelo menos ela pensasse que assim o fosse, para que fizesse um contato com o sobrenatural. Com uma força celestial  que estaria em um plano superior. No entanto, esta graça havia sido alcançada. Então, o arcanjo determinou que um membro de seu exército reconhecesse o terreno em que ocorreria a batalha.

Ficção – “NYX – A Magia da Noite” Parte III ” A Queda dos Anjos” (Capítulo XX -“A Semente da Maldade”)

“A Semente da Maldade”

 

A discórdia é a semente da maldade. A Guerra de Tróia era o resultado desta terrível equação. Por isso, Eris, a deusa do caos, era venerada pela Ordem dos Vampiros. No entanto, a mãe de Frederico Flamel, o jovem alquimista, era uma uma sacerdotisa de Avalon. Além disso, a senhora da Magia sempre atuava em favor de seus descendentes. A bela de cabelos ruivos, na flor de sua idade, também era conhecida como Blanche e apaixonou-se, perdidamente, por um aventureiro.

Com ele teve um filho. O que havia de bom dentro dele fecundou a
sacerdotisa. Às vezes duas pessoas distintas se uniam para que uma
terceira existisse. Foi isso que ensinaram à Morgana quando esta ficou
grávida do futuro rei Artur. A existência desta pessoa seria dedicada
a cumprir sua lenda pessoal.

Após o nascimento de Frederico seus olhos se encheram de lágrimas.
Aquela criança em seus braços teria uma vida inteira a ser vivida.
Esta deveria ser repleta de harmonia e paz. Afinal, era o fruto do
amor. Mas ela sabia que haveria de seguir seu caminho em meio as
sombras para proteger e iluminar aquele ser que havia sido gerada ,
pelo amor, dentro do seu próprio corpo. Entregou a criança para seus
avós paternos, Nicolas e Perrinele.

Despida do medo e com a armadura da coragem e com o espírito desarmado
de maldade ou por sentimentos que a aproximavam das trevas do
desespero foi até Miguel Dragão, o vampiro, que fez o papel de
Mefistóteles  para seu amado Fausto em sua tragédia pessoal.
Em troca da salvação da alma daquele pobre homem que ficou cego pelo
desejo.Ofereceria, em sacrifício, sua própria vida. Por isso, Blanche se tornou uma alma penada.

Sem dúvida haveria  de ser uma proposta tentadora. Mais uma feitiçeira
morreria queimada na fogueira. Algo nefasto que enchia de orgulhos os
olhos do mal. Como recusar este manjar que estava sendo servido em uma
bandeja de prata? Vladislaus, como o príncipe regente das trevas, foi
consultado e aprovou o acordo.

Entretanto, antes de vagar como uma alma penada pelo vazio da
existência, antes mesmo de virar um maldito fantasma cheio de culpa,
Blanche, conseguiu deixar como lembrança uma proteção para seu filho
que nunca a chamaria de mãe. Mas o seu amor era incondicional e
haveria de servir como uma espécie de luz em meio às trevas
metafísicas que tentariam atormentar seu filho.

Assim, como herança, deixou alguns artefatos mágicos que na idade
adequada foram entregues por seu avô. Isto porque Blanche
sabia que o vampiro que usurpava o nome do arcanjo, na verdade o
maléfico Moloc, citado na Bíblia, voltaria a perturbar seu filho Frederico. Ofertou-lhe um capuz como o que o deus dos mortos, Hades, possuía para se tornar invísivel como se estivesse revestido por um manto de escuridão.

A eminência de um ataque era bastante plausível. Tanto que quando
aconteceu, apesar do medo proporcionado, utilizou-se do artefato. Além
disso, com seus conhecimentos escondeu o livro no fundo de sua alma e
com a possibilidade de poder realizar um encanto se transformou em
outra pessoa.

Entretanto, após se transformar em Bernardo Belisário, passou a
trabalhar com finanças. Afinal, com esta atividade, continuou cuidando
dos bens e da fortuna acumulada por sua família. Frederico Flamel teve o
cuidado de não deixar que Bernardo Belisário soubesse sobre sua
origem. Desta forma, acreditava que poderia enganar o lado sombrio da
noite. Todavia, os tentáculos do poder maléfico de Vladislaus já havia
rastreado de onde surgira o dinheiro daquele até então desconhecido
investidor do mercado de ações.

Logo, apesar das poucas relações sociais, Bernardo aproximou-se de um
casal que considerou como amigos. Seus nomes eram Bruno e Alice. Ambos
trabalhavam nas empresas de Vladislaus, o magnata das comunicações. Inclusive, Bernardo Belisário, foi convidado para a celebração do
casamento do casal. Mas aquilo soava como se fosse uma armadilha para
apanhá-lo. Mas não contavam com a confusão de horários que acabou
sendo sua chance de escapar da armadilha. Suspeitavam que se tratava
do alquimista que havia sumido. Entretanto, Frederico Flamel manteve
Bernardo desmemoriado para  que não despertasse atenção. Também não
tinham noção da presença do seu Romão, um lobisomem, que resguardaria
o alquimista em seu disfarce. A maldição da lua cheia havia lhe
salvado dos aborrecimentos causados pela hemofilia. Entretanto, ficou
em dívida de gratidão com o licantropo que acuado e perseguido pelo
inescrupuloso vampiro Miguel Dragão.

Morreu, diante seus olhos, em seus braços. Isto após transformar o
descendente dos Romanov, o filho da princesa Anastácia, em uma fera
monstruosa semelhante aquele homem, literalmente, na pele de um lobo
que após o beijo da morte se tornou uma carcaça disforme e fétida. Foi
então que seu Romão prometeu vingar se do vampiro. Assim como proteger
aquelas almas aflitas pela perseguição das forças do mal. Por isso ,
naquela noite de lua cheia diante da igreja que tinha a imagem do
arcanjo Miguel que acabou não sendo levada por causa da ação de seu
Romão que transformou Bernardo Belisário em um lobisomem e desta
forma manteve o oculto das sombras e se esquivou mais uma vez da
ganância maligna.

A Ordem dos Vampiros era capaz de qualquer maldade para colocar as
mãos em Frederico Flamel e arrancar do fundo de sua alma,
provavelmente com muito derramamento de sangue, o livro que permitiria
que Vladislaus invocasse Eris, a deusa do caos. Assim, em nome, da
filha de Nyx reinaria sobre a Terra como um demiurgo com a
disseminação da discórdia e do caos. Isto provocaria um abalo cósmico
por meio de um realinhamento dos planetas em relação ao sol que seria
enfim ocultado pela chegada da estrela negra de Sírius.

Ficção – “NYX- A Magia da Noite” Parte III “A Queda dos Anjos” (Capítulo XIX – “Vampiros Empalados”)

Vampiros Empalados.

Há vários séculos Vladislaus hipnotizava multidões. Acumulou riquezas e
poder. Tornou- se um homem de negócios implacável. Sabia lidar com
números. Gostava de estatísticas. Chegou a pensar seriamente em ser um
banqueiro. Não havia espaço para os valores sociais do trabalho em sua
sangrenta filosofia. Gostava do fascínio que o dinheiro provocava nas
pessoas. Foi então que percebeu seu aspecto sedutor.

Vladislaus tinha algumas propriedades industriais e detentor de um
enorme capital. Preferiu seguir no ramo das finanças. Mas achou a
agiotagem mais interessante.

Então, décadas depois após ter ficado
milionário com a correção dos juros, recebeu como pagamento de uma
dívida o controle de uma concessão de um canal de televisão.


O glamour lhe seduziu. Foi mais ou menos nesta época que Cristopher
Lee passou a interpretar Drácula no cinema. Então, vislumbrado pelo
potencial da mídia, criou o seu império de comunicação. Passou a
exercer seu lado mais maquiavélico.

Ou poderíamos sugerir que quando
escreveu sua obra, “O Princípe”, Maquiavel tenha exercitado seu lado
mais vladivalesco?

Ele conquistou Devandra com um olhar. Amor a primeira vista. Foi o que
contou uma vez em um programa de televisão. Ela ficou encantada na
primeira vez que o viu.

Uma forte emoção. A menina exorcizada havia
crescido e se tornado uma linda mulher, sensual e atraente. Ela se
deixou envolver, talvez por sua carência afetiva, por aquele olhar
profundo e desafiador que parecia desnudar suas mais íntimas emoções,
assim como desvendar seu  próprio pensamento.

Ainda envolvida pelo encanto foi surpreendida com um presente.
Um mensageiro entregou-lhe uma caixinha. Imaginou que haveria uma linda
bailarina dançando lá dentro. Desviou sua atenção e foi surpreendida
com a visão que teve.

Ela tomou um susto. Era um diamante. Logo,
Devandra, se apaixonou por aquele homem misterioso.

Em contrapartida, teve o luxo, mas pagou caro com seu sofrimento.
Vladislaus era um marido ausente. Sempre ocupado com seus afazeres
malditos. Apesar dos mimos que recebia e das festas que patrocinava,
ainda sentia um vazio dentro de si.

Viciou-se em elixina e passou a ter amantes. Ela ficou desnorteada
quando se descobriu grávida de Udolfo. Mas, apesar do seu
temor,Vladislaus, permitiu que mantivesse a gestação da criança e após
o nascimento, por pura maldade, afastou a esposa do rescém nascido.

Ela ficou muito deprimida e passou a procurar pelo auxílio de Padre
Doveque. O exorcista ficou sensibilizado com a angústia demonstrada.

A mulher estava atormentada. Além disso,o marido não estava preocupado
com a sua libido. A luxúria passou a ocupar, em sua existência,a falta
que o afeto,o amor e o carinho faziam.

Mas quando falava sobre o seu
tormento não mencionava o nome do santo, somente sugeria o milagre.
Com o tempo a preocupação, do padre, foi aumentando. Nunca chegou a
comentar nada com Vladislaus, pois enxergava nele o empresário de
comunicção mais influente do mundo.


O quadro ” A queda dos anjos rebeldes” de Bruegel estava na parede.
Vladislaus admirava sua obra de arte. Ao longo dos tempos pode formar
sua coleção de arte.

Às vezes comprava, às vezes roubava. Gostava de
apreciar charutos enquanto saboreava a leitura dos escritos de
Flamínio de Luna que falavam sobre as diversas formas que um vampiro
pode adotar.

Aquela estética o agradava. Era como se fosse um conto de
fadas feito por uma bruxa malvada.
O quadro é sobre uma bataha sangrenta. A sensação é de horror. O bem
contra o mal. Vladislaus gostava de arte sacra. Eram como troféus.

Os ladrões sempre tinham, em suas mãos, trinta moedas de ouro. Bastava
aparecer com a relíquia.Mas esta atividade era como o seu passatempo.

A relíquia que buscava estaria dentro de alguma obra de arte sacra.
Inclusive, havia encomendado uma imagem de São Miguel. Mas ele nunca
mais teve notícias dos idiotas que ficaram de lhe entregar
a estátua do santo.

Ultimamente estava sendo assombrado por pesadelos. Eram terrivelmente
amendrontadores. Imagina o terror que deve ser um pesadelo de vampiro.
Ele perseguia o pintor Bruegel que fugia assustado.

Ele não queria
matá-lo. Mas sabia que se não cometesse o assassinato correria o risco
de Bruegel, em seu sonho sinistro, pintasse um quadro maligno onde
haveria um exército de vampiros empalados.

Ficção- “NYX – A MAGIA DA NOITE” Parte III ( Capítulo XVIII – “A Perseguição do Mal”)

“A Perseguição do Mal”

Um anjo perverso sabia que um alquimista tinha conhecimento dos quatro
elementos. Por isso buscou a imagem do dragão que tinha um significado
especial para os mistícos.

Segundo esta visão tratavam-se de seres
dotados de poderes mágicos que representavam uma divindade que
dominava os quatro elementos.

Entretanto, na origem da palavra, que
nos remete ao grego, temos  a definição de grandes serpentes.
Portanto, uma alusão direta a linhagem da serpente que comandava a
ordem dos vampiros.

Escolheu Miguel para tentar sustentar uma imagem que não traduzia sua
verdadeira natureza. É o nome de um dos três anjos citados na Bíblia.

Daniel, o profeta na cova dos leões, cita o nome do arcanjo. Assim,
tentava dissimular sua verdadeira personalidade. Além disso, o seu nome
fazia alusão ao chefe de um exécito de anjos fiéis ao Cristo.

Como Miguel Dragão pensava ocultar que fosse Moloc, o invejoso anjo que
desejava se apoderar do livro do alquimista.

Todavia, apesar do
disfarce, não obteve êxito. Partiu para a violência, como de seu
costume. Parece que agia com maior desenvoltura quando se tornava mais
agressivo.

Foi em um sonho que o livro foi entregue ao alquimista quando
ainda era uma criança. Na fronteira com o pesadelo lá estava o obscuro
ser alado que se surpreendeu com a cena. Ficou intrigado.

_ O que havia
de especial naquele livro?  Sentiu inveja. O anjo triste ficou
comovido. Queria aquele artefato para si.

Invadiu a casa do alquimista
que conseguiu fugir.

Apesar de furtar algumas preciosidades ainda assim queria o objeto que
havia despertado sua cobiça. Nicolas Flamel, ao longo do tempo,
conseguiu se esquivar de suas artimanhas.

Mas seu filho não soube
negar a tentação. Como Fausto, de Goethe, vendeu sua alma.

Frederico Flamel foi o fruto de uma relação que seu pai, o pródigo,
teve com uma sacerdotisa envolvida entre os véus do mistério.

A filosofia e a prática da magia guiavam seu corpo, sua alma e sua
mente. Ela não apreciava muito as discussões que tinha com o pai de
Frederico, que tinha a ambição de satisfazer seus desejos.

Mas foi isso que os uniu. Ela, a sacerdotisa, ficou grávida. Após o parto, o menino foi
entregue aos seus avós paternos. Em seguida, sua mãe, morreu. Ela
trocou sua vida pela alma do amante, que era pai do seu filho.

Certa vez, em uma noite de chuva, Frederico Flamel foi atacado por Miguel
Dragão. Uma armadilha anunciada. O neto do velho alquimista Flamel sabia que um dia algo
assim aconteceria. Seu avô já havia preparado seu espírito para este
confronto. Mas aquele encontro deixou o pavor comandando suas emoções.

Crucifixos e alhos não ajudariam. Mas como filho de uma sacerdotisa
recebeu alguns artefatos mágicos como herança. E foi por meio do uso
de um deles que conseguiu escapar.

Como Perseu que ganhou, das ninfas,
a capa da invisibilade de Hades, o deus dos mortos; Frederico tinha
algo similar. Assim conseguiu se esquivar do vampiro em meio à
escuridão.

Assombrado, pelo medo que o deixou em estado de alerta, passou a se
esconder. Tinha receio de que Miguel Dragão pudesse surgir do nada
para roubá-lo. Passou a sofrer com a ansiedade. Noites em claro.

Evitou dormir porque tinha medo de encontrar aquela figura sinistra em
um pesadelo macabro. Mas ele resolveu enfrentar aquele sentimento.
Sabia do perigo que o rondava.

Deveria agir com precaução.Para isso
evitaria dar passos em falso. Resolveu, com o uso da magia, se
transformar em outra pessoa. Durante algum tempo funcionou.

Ficção – “NYX – A MAGIA DA NOITE” Parte III (Capítulo XVII – A Queda dos Anjos-Prólogo)

Dante Virgílio investigava o desaparecimento de Bernardo Belisário. Avançou o sinal não havia mais retorno. Como  é que é? O que eu faço para sumir daqui? Foi isso que deve ter passado pela sua cabeça. Uma manifestação do seu instinto. Afinal, estava em uma boate de vampiros. Não tinha a confirmação oficial. Deveria haver outros frequentadores que não eram sanguessugas.

Olhou de lado e observou, de relance, que Melquíades dançava se abraçando com Lascívia e Vênus, as lâmias libidinosas. Não se assustaria se visse Bela Lugosi no balcão de Lucíolo, o barman. A capa de Conde Drácula parecia estar na moda.

Pelo menos daquele infame lugar. Mesmo assim, tentando manter uma imagem de um ser frio e calculista, não sentia que seus pés pisavam no chão. Aterrorizado. Talvez esta expressão pudesse denunciar o seu estado emocional.

Lembrou, instantes antes, que havia dito para Beatriz que estava em casa. Mas quem dera se estivesse no conforto de seu lar. O ambiente escuro demonstrava uma outra realidade. Além, é claro, da agitação da pista. Teve medo de esbarrar em Nosferatu, que naquela noite parecia só interessado em saciar sua sede por diversão. S ó que este não era o seu caso. A pressão baixou.

Teve a impressão de estar suando frio. As palavras de Beatriz ainda podiam ser ouvidas em sua consciência. Ainda não tinha uma opinião formada sobre o assunto. Sabia que sua avaliação dos fatos estava ameaçado por seu devaneio emocional. Tentava colocar ordem na casa.

Era o medo o desconhecido se manifestando. O ceticismo abandonava o barco. Imaginou que o celular estivesse tocando. Alarme falso. Não seria a sorte. Procurou entre seus bolsos por algum talismã. Buscava uma cruz de São Bartolomeu.

Ficção – “NYX – A MAGIA DA NOITE” Segunda Parte “O SEGREDO DO ALQUIMISTA” (Capítulo XVI- A Ordem dos Vampiros)

A ORDEM DOS VAMPIROS

O líder do conselho do anciões era o cargo mais alto da estrutura hierárquica da ordem dos vampiros. A lealdade, a honra e o conhecimento eram valores cultivados. Um sistema rígido que tinha uma única finalidade. Preparar a chegada de Eris. O mundo já estava caótico. Faltava apenas o maldito livro para que se pudesse invocar por toda a eternidade o reino do caos.

O arquiduque Vladislaus comandava os rumos da seita desde os tempos mais primórdios. Representava a linhagem das serpente. Ainda haviam duas outras linhagens, a do escorpião e a do escaravelho.

Miguel Dragão era o seu braço direito. Os seguidores da linhagem da serpente eram estudiosos dos mistérios ocultos. Esta era a religião dos vampiros. Adoravam Eris e também cultuavam Kali, a ceifadora de vidas, a deusa sanguinária de quatro braços.

A seita dos vampiros acreditava que o universo era controlado por duas forças. A Harmonia e o caos. A tolerância e a intolerâcia que gerava o mal. Por isso a ordem sempre fora controlada por um membro da linhagem da serpente.

Pois eram cruéis e impiedosos. Não aceitavam viver em harmônia. Preferiam o desequilíbrio. Assim, seriam beneficiados em saciar o desejo que tinham por sangue humano. Por isso propagavam confrontos sangrentos que eram motivados pela discórdia. Este era um dos motivos da supremacia da linhagem da serpente sobre as demais. Além do fato de usarem a magia negra.

Vladislaus não teve tanta sorte ao tentar invadir a casa do alquimista por meio de sua magia. Nicolas flamel havia blindado sua residência contra maus espíritos. Dentro de sua casa, o alquimista, estava seguro. O seu lar era inviolável. Acreditava nos quatro elementos e sabia utilizá-los a seu favor.

Vladislaus, mesmo com seus conhecimentos ocultos, não conseguia entrar na frequência em que as vibrações de Flamel atuavam. Precisou de um ardil.

Naquele tempo já dominava e oprimia os seres humanos mortais, que viviam sob o seu domínio. Porém existiam alguns dissidentes. Alguns ousavam pensar de outra forma. Como se fossem homens livres.

Mas isto não haveria de ser permitido. Chamou um homem de sua confiança, que cuidava de suas finanças. Um homem ambicioso e bastante apegado as coisas materiais. Não era um membro da seita.

Por isso não foi castigado. Mas até então seguia o arquiduque Vladislaus cegamente. O arquiduque ficou intrigado. O homem não retornou para lhe dar nem mesmo satisfações. Nunca mais voltou. Tornou-se livre e passou a seguir seu próprio caminho.

Aquilo só poderia ter sido coisa daquele alquimista que não tinha nada da besta.Vladislaus ficou enfurecido. Praguelou. Blasfemou. Foi quando suas súplicas foram ouvidas por Moloc. O perverso anjo resolveu se aproximar.

Não se apresentou, manteve se nas sombras. Como uma coruja passou a observar tudo da escuridão. Então, descobriu que o vampiro procurava pelo livro que já havia despertado sua atenção. Moloc presenciou quando um anjo o entregou à uma criança. O que a criança aprenderia com a leitura daquele livro?

Resolveu apoiar Vladislaus em sua busca pelo Necrominicon. Isto porque Moloc foi consumido pela cobiça. Aquela missão seria como roubar um doce de uma criança. Só que a criança era um alquimista que sabia das coisas.

Então, passou a ser um desafio. O fato de fabricar ouro foi considerado como uma ofensa por Vladislaus. Não comungava de ideais socialistas. Moloc se assustou quando teve conhecimento sobre a existência do elixir da longa vida. A divindade maligna sabia que o alquimista se guiava pelos quatro elementos.

A terra, a água, o fogo e o ar. Buscou entre os elementos uma forma de se relacionar e assim combater o alquimista. Foi então que surgiu o Dragão. O ardil do roubo não funcionou. Flamel e Perrinelle conseguiram escapar. Encontraram uma poção do elixir da longa vida.

Ao longo dos séculos, transformaram aquela poção em um entorpecente poderoso que possibilitou que o mundo o mundo fosse apresentado a um das faces do caos maligno. Agora que o fim do mundo se aproximava, Vladislaus, sabia que havia chegado o momento de invocar a presença de Eris que viria juntamente com a estrela Sírius.

Acreditava que ,em breve, teria o maldito livro em suas mãos. Entretanto, antes de morrer desiludido com a maldade que governava o mundo, o velho alquimista confiou a seu neto Frederico a guarda do artefato mágico que Vladislaus tanto necessitava para invocar Eris.

Assim, diante de todos estes sombrios acontecimentos, Frederico Flamel sabia que seria implacavelmente perseguido. Não haveria no mundo ouro suficiente para lhe comprar um pouco de paz. E de que adiantaria a imortalidade se deveria viver acuado e com medo de ser caçado por um vampiro?

Tinha que reagir. Não poderia vestir o manto dos derrotados. Lutaria pela sua liberdade. Por isso, ainda carregava consigo a esperança. Deveria existir uma forma de se libertar desta sina.

Ele sabia que o ouro poderia ser transformado a partir do chumbo porque tinham o mesmo elemento. Teria que usar seus poderes alquímicos da transmutação para se afastar do mal. Foi assim que se transformou em uma outra pessoa, assim surgiu Bernardo Belisário, com a ideia de manter oculto o segredo do alquimista.

Ficção – “NYX- A MAGIA DA NOITE” Segunda Parte. “O Segredo do Alquimista” (Capítulo XV “A Transmutação dos Metais”)

Meu nome é Frederico Flamel. Sou neto do grande alquimista. Ele ganhou em um sonho das mãos de um anjo um livro chamado Necronomicon. Com sua leitura meu avô conheceu os segredos da alquimia.

Mas foi quando encontrou Charles Le Sorcier durante sua peregrinação pelo caminho de Santiago de Compostela que pode compreender o que tudo aquilo significava. Tinha um diamante bruto que foi lapidado em suas próprias mãos. Le Sorcier falou que com aqueles conhecimentos poderia obter a pedra filosofal. E que meu avô deveria estar ciente que mais cedo ou mais tarde isto poderia despertar a cobiça.

Então, meu avô descobriu o elixir da linga vida e conseguiu transformar chumbo em ouro. Uma noite foi surpreendido por bandidos que invadiram sua casa no que foi considerado um roubo comum.

Como se um roubo pudesse ser comparado com algo comum. Enfim, quem entrou lá sabia que se tratava da casa de Nicolas Flamel.

Meus avós sabiam que um dia isso iria acontecer. Quando aquelas criaturas da noite adentraram na casa eles simularam um incêndio. Colocaram fogo na casa. Não que isso causasse algum espanto naqueles bandidos das trevas. Mas é que se esconderiam por trás da cortina de fumaça e então fugiriam. Foi isso que aconteceu.

O chefe do bando maldito era liderado por um vampiro chamado Miguel Dragão. Ele encontrou o laboratório onde se fazia o ouro e ficou encantado. Sabia que tinha encontrado algo valioso. Todo o processo para se fabricar o ouro estava ali na sua frente. No meio daquela engrenagem pode observar onde se iniciava tudo. A pedra filosofal.

Ele estendeu as mãos e percebeu que havia pegado a sombra. Ele entendeu que tudo seria possível em posse de uma pedra como aquela. Ele precisava ler aquele livro. O fogo não atrapalhou sua busca.

Nicolas Flamel havia previsto aquela reação do ambicioso vampiro e se esquivou pela cortina de fumaça, juntamente com Perrinelle,e desapareceu na noite. O Necrominicom não foi encontrado. Mas ele acabou encontrando o elixir da longa vida.

Algum tempo depois, Miguel Dragão, ascendeu na hierárquia da Ordem dos Vampiros. Meu avô ficou entristecido com o fato de ter sacrificado uma poção do elixir para escapar do ódio desecadeado pela cobiça. Meu avô entrou em depressão diante do mal que foi espalhado em decorrência de uma atitude sua. Foi um reflexo. Mas foi  uma consequência dos seus atos.

Apesar de ter conquistado a imortalidade foi contaminado pela culpa. A gota de agua que fez tudo transbordar foram as atrocidades cometidas na segunda guerra mundial. Morreu de tristeza. Em comum acordo , minha vó Perrenele e meu vô Nicolas, decidiram morrer.

Herdei os bens da família. E entre eles estava o Necronomicon. Tinha conhecimento de que por causa daquele livro sempre estaria sendo alvo de ataque. Miguel Dragão passaria os restos dos seus dias, literalmente, me caçando para poder ter o livro que continha o segredo dos alquimistas